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Maison Bertaux

A Maison Bertaux é uma instituição, tem o melhor chá da região (feito comme il faut ) e é um dos lugares mais peculiares do SoHo. Fundada há mais de 130 anos (em 1871) e oferecendo o que há de melhor na arte pâtissière  francesa, ela pode ser um pouco desafiadora para os iniciantes (ainda mais quando, algumas vezes, o serviço se mostra beeeem parisiense, if you know what I mean ). Mas, nós damos as dicas:

Chegando à Bertaux, você já vai se deparar com a vitrine repleta com a mais tradicional pâtisserie  francesa, além de bolos, éclairs  e croissants  perfeitos (interior macio, casquinha crocante e sequinha, nenhum vestígio de óleo ou gordura) – escolha difícil…; entre na loja, vá até o balcão que fica atrás da vitrine, faça o seu pedido (tente saber o que irá pedir de antemão para evitar certa “impaciência” do atendente francês), e SÓ AÍ, se dirija para a mesa, onde eles vão trazer o seu pedido; quando terminar, você volta até o balcão e paga o que consumiu (detalhe: não tem cardápio, as coisas não tem preço visível e recibo de compra eu nunca vi).

No quesito ambiente, a Maison Bertaux é um lugar bem pitoresco. As mesinhas do térreo são minúsculas (assim como as cadeiras) e devem ter sido compradas quando da inauguração da pâtisserie  – sem nenhuma reforma ou restauração nos séculos seguintes. Além das mesinhas e cadeiras estreitas, as mesas são próximas umas das outras e se o lugar estiver cheio de gente (comum nos finais de semana), os seus movimentos podem ficar um pouco, digamos, “limitados” (ainda mais se você estiver carregando sacolas).

O que a parte externa tem de “velho” o interior tem de onírico. Tules em tons de pink  e roxo amarrados n’importe où; quadros, gravuras, colagens, desenhos e frases desenhadas nas paredes pelo artista-plástico-humorista-ator Noel Fielding; objetos antigos – ou simplesmente velhos – amontoados sobre as prateleiras, numa combinação old-shabby-contemporary  que só os franceses conseguem criar sem grande esforço.

É por tudo isso que a Maison Bertaux é uma instituição franco-londrina que ainda perdurará por muitos anos. O décor  pode não ser muito confortável, mas a personalidade do ambiente e de seus donos, e seus pains au chocolat  (deliciosos), croissants  de amêndoas (perfeitos), chás variados preparados à maneira inglesa, e seus bolos, tortas e doces, fazem com que a gente sempre volte para o chá da tarde; seja para comer in loco ou levar uma caixa rosa listrada de volta para o hotel.

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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