A não ser pelos pratos clássicos da Itália central e meridional (Lazio, Campania e Puglia), de trattoria (“taverna” ou estabelecimentos simples que servem massas na Itália), a Trattoria tem pouco. O mais recente empreendimento do Grupo Fasano fica num box de concreto que lembra um diner de estrada norte-americano — pé-direito não muito alto, amplo salão, grandes janelas-vitrine, cozinha aparente; elegante, claro, já que é assinado pelo arquiteto Isay Weinfeld, mas poderia estar num deserto do Texas, como a loja da Prada em Marfa by Emlgreen and Dragset. Anexo ao prédio Victor Malzoni, aquele-mais-caro-de-São-Paulo-onde-está-a-sede-do-Google-com-o-vão-gigantesco da Faria Lima, a atmosfera da Trattoria, com a “caixa de concreto e vidro” anexo a prédio imponente, agradável área externa — cigarro e charuto permitidos — e jardins em volta lembra o Spot (“o Spot dos heteros”, segundo Melina Valente).
O bar, logo na entrada, lembra o lobby bar do hotel Fasano. No salão, a madeira partout (no chão, nas paredes, no teto), o couro nos estofados, as toalhas de linho cor palha e a iluminação correta deixam o ambiente aconchegante. O quesito descontração, assim como no Londra (que tem bandeira do Reino Unido nas cores da bandeira italiana), fica por conta das flâmulas de times de futebol italiano pregadas por Rogério Fasano nos nichos das janelas.
No cardápio, o destaque são as massas secas, de grano duro, como os excelentes espaguete alla carbonara feita com guanciale (o “bacon” da bochecha do porco) ou pancetta (o “bacon” da barriga do porquinho) e o paccheri (um tipo de rigatoni gigante) com alcachofra ao vinho branco, manjerona e ricota defumada (muito, muito bom). Nada de risotos e polentas, pratos sempre presentes nos outros restaurantes do Grupo Fasano e que representam a gastronomia do Norte da Itália. Se você pedir uma carne (de cordeiro a coxa de frango, passando por peixes e o famoso polpettone ao forno), você escolhe um acompanhamento, que pode ser batatas ao forno ou em purê, espinafre salteado ou em creme, e ervilhas com prosciutto crudo e cebola. E, pra terminar, belíssimas e deliciosas sobremesas (baba al rum, tiramisù, cannoli, mil folhas de papaya e a torta della nonna). No serviço, uma brigada eclética com figuras de longa data vindos do Baretto, do Gero (incluindo o chef executivo José Branco), do Hotel Fasano, do Las Piedras em Punta, do Fasano Rio (incluindo o charmosíssimo maître Victor). Talvez, por isso, mesmo recém-inaugurado, a comida e o serviço já estejam como os outros empreendimentos do Grupo: impecável.
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Rua Iguatemi, sem número
Entre a Joaquim Floriano e a Horácio Lafer, atrás, no mesmo terreno, do Prédio Pátio Victor Malzoni
Para chegar, siga pela Joaquim Floriano até o final e, em vez de entrar na Rua Iguatemi à direita (única opção até recentemente), vire à esquerda.
Itaim Bibi
Não tem metrô próximo
55 11 / 3167-3322
Preço aproximado por pessoa sem vinhos: R$ 205, considerando estacionamento com manobrista R$ 25 + couvert R$ 17 + água R$ 5 + entrada R$ 45 + prato principal R$ 65 + sobremesa R$ 30 + serviço (10%) R$ 18,70 = R$ 205,70.
Aceita todos os cartões de crédito.
Segunda a quinta:
Almoço, das 12h às 15h
Jantar, das 19h à 0h
Sexta e sábado:
Almoço, das 12h às 16h
Jantar, das 19h à 1h
Domingo:
Fecha
Dress code:
Casual elegante
100 lugares no salão mais 30 lugares na área externa
Tem também uma sala privada com 16 lugares
Tem manobrista a R$ 25
Chef executivo José Branco
Desde 2013
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