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Tiradentes: Onde se hospedar para fazer tudo a pé e minha experiência de hospedagem na Pousada Pequena Tiradentes

O café da manhã é sempre um destaque das melhores pousadas de Tiradentes. Na foto, a primeira refeição do dia na Pousada Pequena Tiradentes, cuja crítica você confere mais abaixo. Imagem: Shoichi Iwashita

Tirando o café da manhã mineiro, sempre com pão de queijo quentinho, tapioca feita na hora, doce de leite, as muitas compotas, geleias e bolos, e aquele cafezinho que deixa qualquer mortal rendido com as delícias locais (a maioria das pousadas também oferece café da tarde incluso no valor da estadia), a hospedagem em Tiradentes pode ser um pouco desafiadora… É bom viajar sem muitas expectativas, apesar da grande oferta de pousadas.

Aquela pousada-charmosíssima-nas-fotos pode ter problemas básicos de infra-estrutura, como um chuveiro com vazão de água fraquíssima; pousadas que ocupam construções coloniais centenárias perdem o brilho quando a iluminação branca de LED se acende ao cair do dia em todos os ambientes, incluindo os quartos; pousadas caras podem estar bem distantes do centro, oferecer o luxo de uma jacuzzi no meio do quarto e ainda assim ter um banheiro de azulejos com o vaso sanitário de tampo de plástico, daqueles ocos e bem simples…

Assim, sendo Tiradentes um vilarejo histórico pequenino e aconchegante — perfeita para ser explorada apenas a pé; sempre com tênis confortáveis pois o calçamento das ruas é todo de pedras —, a localização central da sua hospedagem é fundamental para ter a melhor vivência da cidade. Isso quer dizer: quanto mais próximo do Largo das Forras, melhor (atenção: não é próximo-escala-São-Paulo onde a gente acha três quilômetros perto, quero dizer 200, 300 metros, na escala de uma cidade de oito mil habitantes). Do Largo das Forras, a atração mais distante será a Igreja Matriz de Santo Antônio, a 480 metros, sendo que todas as outras igrejas, museus, cafés, lojas e restaurantes de Tiradentes estarão em um raio ainda menor.
 

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MINHA EXPERIÊNCIA NA POUSADA PEQUENA TIRADENTES, A MAIS CARA DA REGIÃO

Me hospedei no quarto Ouro, o mais sofisticado da pousada, que tem uma jacuzzi no quarto. Imagem: Shoichi Iwashita

Com diárias a partir de R$ 950 (podendo chegar a R$ 1.300 no fim de semana), a pousada Pequena Tiradentes é a mais cara da cidade, tem um café da manhã delicioso mas não está na melhor localização. Além de estar distante das atrações, a 30 minutos a pé do centro de Tiradentes — ou ainda 10 minutos de bicicleta, cinco minutos de carro —, ela fica isolada, sem nada especial em volta da pousada que valha uma visita (ah, e você teria de andar pelo asfalto porque a estrada não tem calçada; e os carros aqui correm bastante, ou seja, não é recomendável). E, como você confere no nosso Manifesto do Hotel Perfeito, localização é um dos itens mais importantes na hora de escolher um bom hotel.

A Pequena Tiradentes é um pastiche da arquitetura colonial mineira — foi construída no fim dos anos 1990 para imitar uma mini cidade, daí o nome —, com direito a ruelas e as muitas casinhas que abrigam os 62 quartos cujos nomes homenageiam mulheres notáveis brasileiras. E é tão grande (e labiríntica, em seus 20.000 metros quadrados de terreno) que eu me perdia todos os dias para achar o salão de café da manhã. Ou seja, não espere uma pousada acolhedora. E se chover, você precisará de um guarda-chuva para circular pelo hotel.

A pousada que está mais para resort, pois tem ainda uma área para grandes eventos, incluindo um salão de 900 metros quadrados (e uma loja gigantesca com milhares de produtos sem qualquer curadoria), também peca nos excessos da decoração e na falta de manutenção. O lobby tem pé direito alto, lustre de cristal, cactos e cadeiras de escritório para os clientes na mesa da recepção; os equipamentos da academia são muito antigos (a TV não liga, tem esteira que não funciona); e decepcionam os acabamentos dos banheiros: espaçosos, mas com a pia fora dele (não entendi), luz fria, toalhas embaladas em sacos plásticos, e tampos do assento sanitário de plástico, oco, daqueles bem simples. Também era uma dificuldade ligar o ar condicionado (tinha de subir na jacuzzi e chegar muito perto do aparelho com o controle remoto) e carregar o celular, já que a tomada mais próxima da cama ficava escondida atrás dela e eu tinha de arrastar toda noite o pesado móvel de madeira… O espaldar alto ainda impedia que o cabo chegasse até a mesa de cabeceira, e eu tinha de deixar o celular no chão, debaixo da cama.

Mas eles têm outro endereço em Tiradentes, a Pousada do Largo (o primeiro empreendimento hoteleiro da família), que passou por uma reforma recente e conta com quartos cujas janelas dão para o Largo das Forras, originalmente projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx e que é o coração da cidade. A localização é perfeita, me pareceu bem mais aconchegante, e se aproxima mais do tipo de pousada que eu espero experimentar em uma pequena cidade histórica. Outra pousada que me deu vontade de conhecer é a Solar da Ponte, a primeira pousada de Tiradentes, aberta nos anos 1970, que fica praticamente na Ponte das Forras, com uma localização muito central, piscina, e que aceita crianças apenas acima dos oito anos de idade.

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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