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Saint-Barth: O melhor jeito de chegar, quando ir, quanto tempo ficar; tudo-tudo o que você precisa saber

A capital de Saint-Barthélémy é Gustavia, nomeada em homenagem ao rei da Suécia Gustav III, onde fica o pequeno porto {Saint-Barth foi possessão sueca por quase cem anos; para saber mais sobre essa história — e também a história trágica de São Bartolomeu, que dá nome à ilha —, é só clicar aqui}. Imagem: Divulgação.

Chegar não é muito fácil. Espremida entre uma colina e o mar (a linda Baía de Saint-Jean, uma das principais praias da ilha), a pista de pouso do aeroporto de Saint-Barth [SBH] tem apenas 650 metros de comprimento (veja foto abaixo; para efeitos de comparação, um Boeing 737-300 — o avião que faz ponte aérea São Paulo – Rio, precisa de, no mínimo, 2000 metros de pista para pousar). Ou seja, só aviões bem pequenos com capacidade para, no máximo, dez passageiros conseguem pousar aqui. E sendo quase toda a pequena ilha de Saint-Barthélemy uma reserva natural, não existe a menor possibilidade de se aumentar o porto de Gustavia (os grandes iates ficam todos no mar, fora da marina, e os grandes navios não têm permissão para aportar) ou de se aumentar a pista de pouso — que não tem como ser expandida, por conta das barreiras naturais — ou ainda construir um novo aeroporto, o que torna o turismo de massa uma realidade improvável neste pedaço de primeiro mundo no Caribe. 

 
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DO BRASIL PARA SAINT-BARTH: DUAS ESCALAS, NO MÍNIMO

A pequena pista do aeroporto de Saint-Barth é considerada uma das mais perigosas do mundo. Mas eu amo mesmo assim. Imagem: Shoichi Iwashita

A opção mais rápida — e mais fácil para quem não tem visto americano — é ir de Copa Airlines com escala de apenas 45 minutos no Panamá (em 11 horas você estará pousando no Princess Juliana, em Sint-Maarten, a ilha vizinha mais próxima de Saint-Barth). Mas, apesar de a Copa oferecer uma classe executiva (não muito boa), eu acho desconfortável fazer um voo de sete horas, Guarulhos-Panamá, num Boeing 737, que é narrow-body (só tem um corredor e é o avião com que a Gol, que tem acordo de code-share com a Copa — o que é bom para os passageiros viajando a partir de outras cidades do Brasil —, faz as rotas domésticas). Por isso, para quem não está com pressa, são ótimas opções os voos da American Airlines — que conta com novas salas VIP Admiral’s Club em GRU e no Galeão, lindos e confortáveis Boeing 777 (wide-body, com dois corredores) e ainda dá para fazer um stop e passar alguns dias —, tanto para Miami quanto para Nova York (de ambas as cidades saem voos diários diretos para Sint-Maarten). Se você quiser ir direto do Brasil para Sint-Maarten via Miami (o voo mais rápido pela AA), o tempo de conexão mínimo no aeroporto de Miami é de cinco horas. {Tem mais informações sobre os voos no guia Simonde de Saint-Martin, que você confere clicando aqui.}

FERRYBOAT SACOLEJANTE OU AVIÃOZINHO SEM BANHEIRO?

Caso você não tenha seu próprio iate ou avião, restam apenas duas formas mais acessíveis — e traumáticas para algumas pessoas — de se chegar à Saint-Barth partindo de Sint-Maarten-Saint-Martin:

1. de ferryboat, vindo tanto da parte holandesa quanto da parte francesa dessa ilha vizinha onde fica o aeroporto internacional mais próximo, numa viagem que dura entre 45 minutos e uma hora e meia, mas bastante sacolejante (difícil para quem enjoa no mar; calcule € 100 para uma passagem ida-e-volta pela Great Bay Ferry);

2. de avião, pequenos e/ou velhos (todos sem banheiro), para pousar nesta que é considerada uma das mais perigosas pistas do mundo (os pilotos precisam de uma certificação especial para pousarem aqui). São mais de 15 voos por dia (podendo chegar a 40 na alta temporada), tanto pela Winair  quanto pela St. Barth Commuter (calcule € 300 para uma passagem ida-e-volta, com todas as taxas, ou € 1200 para fretar o avião todo, por trecho, com capacidade para sete passageiros, o que é um ótimo negócio); ou

3. A terceira opção — e, além de panorâmica, mais tranquila — é fazer o seu trajeto entre Sint-Maarten-Saint-Martin e Saint-Barth de helicóptero fretado. O trajeto dura 15 minutos, os helicópteros têm capacidade para três ou cinco passageiros, e custa € 1500 o trecho para o aluguel de todo o helicóptero (adicione € 600, se você quiser mais um piloto por segurança), pela Corail ou pela Air St. Maarten.

(E eu gosto da emoção do avião. Pousar no Princess Juliana [SXM], o aeroporto internacional de Saint-Martin, sobrevoando Maho Beach já é emocionante. Aterrissar no mesmo dia em ambos os aeroportos é êxtase em dobro para os aficionados.)

Apenas atenção para o peso das bagagens: nestes aviões pequenos ou helicópteros, além de você ter de informar o seu peso corporal, cada passageiro pode levar apenas uma mala de 23 quilos e uma mala — pequena — de mão. Se for desses que viajam com muitas malas, converse com a companhia para fazer o transporte delas via barco para Saint-Barth (custa geralmente € 50 por mala). Eles podem entregar direto no hotel.

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Não, esses não são os aviõezinhos da Winair ou da St.-Barth Commuter que fazem o trajeto Sint-Maarten e Saint-Barth, mas sim o Pilatus PC-12 da Tradewind, que só faz a rota de San Juan, no Porto Rico, para Saint-Barth (foi o voo que fiz nesta última viagem). Mas, apesar do conforto — cabine pressurizada, poltronas de couro, e eles deixam até uma meia-garrafa de Krug para os oito passageiros entrarem no clima da ilha —, o voo dura uma hora e a aeronave não tem banheiro, o que me deixou um pouco apreensivo antes do voo (fiz um esforço para fazer xixi antes de embarcar e fico pensando se alguém tem algum imprevisto intestinal lá em cima neste pequeno avião; uma hora de voo mais o tempo de taxiamento mais o tempo de transporte até o terminal podem ser uma eternidade e mais no caso de uma emergência…). Calcule € 1.000 para uma passagem ida e volta San Juan – Saint-Barth – San Juan. Na foto, o PC-12 no aeroporto de San Juan. Imagem: Shoichi Iwashita

PRECISA DE VISTO?

A não ser que você faça a escala nos Estados Unidos, para a qual você precisará do visto norte-americano, brasileiros não precisam de visto nem no Panamá nem em Sint-Maarten nem em Saint-Barth, que é território francês. Apenas tenha o passaporte válido por seis meses a partir da data de volta para o Brasil, passagem de volta e reserva do hotel. A imigração no Rémy de Haenen [SBH], o nome do aeroporto de Saint-Barth, é bem tranquila.

QUANDO IR PARA SAINT-BARTH?

A temperatura, por volta dos 27° C, é constante praticamente o ano todo. A altíssima temporada de Saint-Barth, no entanto, é entre o Natal e o ano-novo (ainda mais com as festas de Réveillon nababescas de Roman Abramovich e todas as celebridades e amigos que vêm para a ilha). Com apenas 200 quartos de hotéis em toda a ilha, nesta época concorridíssima (lembre-se que o hemisfério norte está congelando), espere por preços nas alturas. Por isso, aproveite o resto do ano — entre fevereiro e junho a possibilidade de chuva é bem pequena — com exceção dos meses de setembro e outubro, quando a maioria dos hotéis, lojas e restaurantes fecha para manutenção ou férias. Esta época é conhecida pela temporada de furacões do Caribe, apesar de que nos dois últimos anos fez um tempo lindo e a ilha estava vazia-vazia…

QUANTO TEMPO FICAR

Sete dias. Porque, além de a ilha ser uma delícia (Saint-Barth é do tamanho ideal para uma ilha de férias, pequenina, aconchegante) e segura (dá para usar relógio, joias e gadgets na rua sem a menor preocupação com roubo ou de estar ostentando), dá para curtir várias praias (dos beach clubs  às praias selvagens), descansar e ainda fazer um passeio às ilhas vizinhas, visitando o Loterie Farm (arvorismo extremo) e a Orient Beach (uma linda praia com uma área dedicada ao nudismo) em Saint-Martin, onde ficam alguns dos melhores restaurantes de todo o Caribe, e Anguilla; ambas as ilhas vizinhas e facilmente acessíveis de Saint-Barth. Uma viagem linda.

QUE MOEDA LEVAR

Diferentemente de Saint-Martin, onde a moeda oficial é o euro mas em todo o comércio eles consideram € 1 = US$ 1, o que faz com que levar dólares seja mais vantajoso para nós, brasileiros, em Saint-Barth, eles fazem a conversão correta do câmbio € 1 = US$ 1,15. Portanto, leve euros para não perder dinheiro fazendo várias etapas de câmbio. {Para conferir o nosso guia definitivo para compra de moedas estrangeiras para viagens, clique aqui.}

COMO SE LOCOMOVER PELA ILHA

Em Saint-Barth, não tem transporte público e, em toda a ilha, só há dois pontos de táxi. Assim, alugar um carro é imperativo. Mas assim como acontece nos vilarejos franceses, não alugue carro grande. Conversível, sempre; grande, não. As ruas, todas de mão dupla, são muito estreitas, as curvas são sinuosas e encontrar lugar para parar o carro, principalmente na alta temporada, pode ser um problema.

VOLTAGEM

Como você está tecnicamente na França, é tudo igual, das tomadas à voltagem de 220-240 volts. Traga adaptadores.

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

Caroline disse:

Olá. Fiquei com uma dúvida sobre essas escalas de 45 minutos… Não é muito pouco para mudar de aeronave?

Olá, Caroline, é sempre melhor ter conexões entre voos de duas horas, mas o aeroporto de Tucumen, no Panamá, é uma ótima exceção. O CopaAir oferece conexões rápidas assim porque eles super conseguem fazer a coisa fluir no aeroporto que é praticamente deles! Um abraço e obrigado pela pergunta, @iwashitashoichi

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