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Coffee Lab, café levado a sério

Assim como o Suplicy e o Octavio Café, o Coffee Lab é uma central do café: um lugar onde se torra, se mói e se extrai — através de vários métodos: espresso, coado, aeropress — o melhor dos grãos na forma desse líquido preto que a gente ama. Mas, vai além: é uma escola de baristas (todos os atendentes o são e conseguem esclarecer suas dúvidas) e é único lugar de São Paulo que, além de degustar, te convida a aprender mais sobre café. São doze rituais, custando entre R$ 11 e R$ 13, em que você pode comparar, lado a lado, um café desses que a gente compra no supermercado (que eles chamam de café terror  cujo pote tem uma caveira desenhada) e um café de qualidade especial; o mesmo café preparado nos métodos coado e espresso; e até o impacto de moagens diferentes no mesmo café coado. Vale a pena quando você tiver tempo e disposição.

A sensação é a de que você está na copa da casa de alguém. Hipster  que é (atendentes vestidos com uniformes de mecânico e lenços coloridos na cabeça; mesas e cadeiras de formatos, tamanhos e alturas diferentes; cardápios em pastas suspensas de plástico colorido), é a cara da Vila Madalena e poderia estar em Williamsburg. E tudo está à mostra: da cozinha onde são preparados os cafés e as comidinhas (poucas, mas saborosas opções) à torrefadora, que está na passagem entre o salão e o deck, não há separação entre stage  e backstage.

O café espresso  só pode ser tirado com o blend  da casa, criado pela Isabela Raposeiras, idealizadora e dona da casa. Já os cafés especiais, seis opções entre catuaís e bourbons vermelhos e amarelos, de microlotes vindos de Minas Gerais e Espírito Santo, podem ser preparados — sempre na mesa, na sua frente — coado (usando as peças japonesas da Hario), com o aeropress, com o French press ou pelo método Clever (infusão seguida de filtragem). Como gosto de espresso, gosto dos cafés especiais feitos com o aeropress, que deixa o café mais encorpado que o coado (o coado desses cafés especiais, de tão leve, lembram mais um chá do que café).

O único porém é com relação ao [não] serviço. Não importa se você está no jardim, no salão ou no deck, você terá de ir até a cozinha para fazer o pedido (e eles entregam na mesa). Se você quiser água (que é gratuita), também terá de ir até à torneira que está ao lado da escada (devidamente abastecida com copos e um balde de gelo). O que é sempre um problema quando se está sozinho e estiver com mochila, computador, caderno e já instalado na mesa. Se você levar tudo com você, perde a mesa. Se deixar sua mochila num lugar meio escondido, mas numa cadeira, não raro você volta e já tem outra pessoa sentada na sua mesa (por isso, se estiver sozinho e com computador, prefira sempre sentar na cozinha, onde você consegue fazer o pedido e manter o olho nas suas coisas).
coffee-lab-vila-madalena-cafes-sao-paulo-1200O espresso  da casa com panna e, ao fundo, o bolo cremoso de milho que vem fechada numa marmitinha de metal. Imagem: Shoichi Iwashita
SONY DSCA cozinha aberta onde você deve fazer os pedidos. Imagem: Shoichi Iwashita SONY DSCO quadro de avisos, onde está a senha do wi-fi. Imagem: Shoichi Iwashita SONY DSCA lojinha do Coffee Lab: você pode levar pra casa os cafés especiais torrados aqui e acessórios da Hario e o aeropress. Imagem: Shoichi Iwashita coffee-lab-sao-paulo-5O bolo de milho, que vem nessa marmitinha, e a comanda que você deve levar ao caixa debaixo da escada para pagar. Imagem: Shoichi Iwashita

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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