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Byblo’s

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Quando em um restaurante de comida étnica — seja italiana, japonesa ou árabe —, ver estrangeiros “de origem” ou descendentes em busca da “comida da família” entre os frequentadores é sempre um sinal muito bem vindo de que o estabelecimento 1. é fiel às tradições e, principalmente, 2. tem comida boa (por isso sempre levo meu pai a restaurantes japoneses; ele tem uma sensibilidade para o sabor e a textura do arroz que eu não tenho). E no Byblo’s, restaurante de comida libanesa situada nesta ruazinha em Campo Belo que, num único quarteirão, possui uma oferta bastante interessante de comidas e doces, eu conheci a Meme, uma senhora que frequenta sozinha o restaurante porque no Byblo’s ela come a comida de sua avó.

Não espere por sofisticação no ambiente ou no atendimento (quando a Nohad, dona e chef, desce de sua cozinha para o salão, você a verá constantemente interferindo no serviço). Mas, tenha paciência, seja proativo (chamando a atendente, cobrando os pedidos) e apenas deixe a comida excepcional te levar aos céus. O frango Al-Rhasmatt, pedaços de peito flambados em conhaque com batatas, damascos, ameixas e uvas com um molho grosso de açafrão e alecrim coberto com amêndoas tostadas e cebolas caramelizadas, com 14 temperos árabes manipulados pela chef, é daqueles pratos que eu vou querer comer o resto de minha vida (tipo o camarão empanado com risoto de presunto cru do Carlota). Custa R$ 70 (com serviço) e já vem acompanhado de uma porção de arroz com macarrãozinho aletria (mas, você pode pedir também uma porção de batata frita à la arabe, do tipo chips, porque vai MUITO BEM como o todo). Se você pedir entradinhas como esfirras ou falafel, o prato dá tranquilamente para três pessoas (até quatro).

De resto, tudo é elogiado, das pastas tradicionais (homus, coalhada, babaganuj) às esfirras e o perfeito falafel ao tarotor (bolinhos fritos de grão de bico e fava com molho de gergelim tahine temperado com limão, alho e especiarias). O Byblo’s é desses restaurantes genuínos, criativos, não muito longe do centro, e — importante, importante: — com a chef sempre na casa, que a gente adora descobrir… e frequentar.

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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