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Zero Gruppe

Com o quase-total colapso do país após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha foi dividida em duas e assim permaneceria pelos próximos quarenta anos, os alemães se referiam a 1945 como Stunde Null (a hora zero). Nove anos depois, em 1954, dois artistas de Düsseldorf quiseram recriar esse mesmo sentimento no campo das artes abandonando os materiais utilizados até então e preferindo os “não-artísticos”, como o tecido, o papelão, a madeira, o isopor, o plástico e, principalmente, a luz (e suas possibilidades de movimento); recusando a arte figurativa, a pincelada autoral; em exposições que duravam apenas uma noite: era a vernissage — em seus próprios ateliers — e nada mais… E fundaram um grupo não muito organizado que atraiu a atenção de outros grandes artistas da época, não só da Alemanha (Piero Manzoni, Yves Klein, Lucio Fontana, Jesús Rafael Soto, Almir Mavignier, Jean Tinguely etc.). Mais de 130 artistas participariam do projeto “Zero”.

O Zero Gruppe se transformaria em uma década num dos mais conceituados movimentos de vanguarda do século 20.  Assim como a Bauhaus (também alemã), escola que começou após o fim da Primeira Guerra Mundial, visava renovar a arte, a arquitetura, o design e o artesanato (e influenciar uma geração de artistas traumatizada pela guerra), e que foi fechada com a ascensão de Hitler ao poder (em 1933) porque a escola era muito “internacional”, o Zero Gruppe é um dos movimentos mais importantes da arte do século 20. Mas, diferentemente da Bauhaus que foi obrigada a ser fechada, o grupo programou seu fim com uma performance, em 1966, incendiando um carro e jogando-o no rio, numa festa com mais de mil convidados.

NA PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Para quem quiser conhecer o trabalho deste movimento numa belíssima e bem curada exposição, está em cartaz na Pinacoteca, até o dia 15 de junho de 2014, a exposição Zero, que rende ótimas fotos para o Instagram.

SERVIÇO
Pinacoteca do Estado de São Paulo
Endereço: Praça da Luz, 2, Luz (tem uma saída do metrô Luz que sai ao lado da porta de entrada, sem precisar andar pelas ruas).
Telefone: 11 3224-1000
De terça a domingo, das 10h às 18h. Às quintas, das 10h às 22h! :- )
O ingresso custa R$ 6 e a exposição vai até 15 de junho.
Para saber mais, clique aqui.

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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