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Lucy, o filme, de Luc Besson

Descoberta na Etiópia em 1974, Lucy viveu há 3.200.000 anos e é o esqueleto mais antigo de um ancestral do ser humano já encontrado. Não casualmente é o nome do filme diretor francês Luc Besson — que a gente ama desde La Femme Nikita, de 1990, e O Quinto Elemento, de 1997 — e nome da personagem da cada vez mais apaixonante Scarlett Johansson. Mas é Lucy, a Hominini, que/quem abre o filme, bebendo água em um lago num planeta bem diferente do que conhecemos hoje.

Apesar de todas as nossas sofisticadas tecnologia, ciência e da nossa erudição, há infinitas questões da vida que seguem não respondidas e, diante da complexidade do Universo E das nossas emoções, várias vezes me perguntei se, talvez, o nosso cérebro simplesmente não fosse apto para entender ou formular as respostas para perguntas como a origem e o objetivo da vida. (E se as respostas forem mais complexas que a nossa capacidade de raciocínio? E se as respostas não puderem ser colocadas em letras e números, forem intraduzíveis às nossas linguagens?) Mas para Luc Besson, essas respostas só não são possíveis hoje por que não utilizamos toda a capacidade do nosso cérebro.

A assustadora história da vida de Lucy, a humana contemporânea, se desenrola em Taipei, capital de Taiwan (ilha admistrada pela China), em paralelo com os pensamentos do professor Norman, especialista na mente humana, que está dando uma palestra em Paris, sobre justamente a nossa capacidade cerebral, comparando o nosso cérebro ao de outros animais e se questionando sobre os poderes (e são vários) que teríamos se pudésemos utilizar 30, 40, 50% da capacidade do nosso encéfalo. É a ele que ela recorre quando percebe as alterações em seu corpo depois de ingerir uma quantidade enorme de CPH4, uma droga sintética. (Apenas para registro, a informação de que usamos apenas 10% do nosso cérebro é um mito, mas isso não é uma crítica ao filme, que é puro entretenimento).

São incríveis as cenas de Lucy, a humana, com um LBD — Little Black Dress — enfrentando com seus superpoderes a polícia francesa e os chineses mafiosos, ela dirigindo loucamente pelas ruas de Paris, passando inclusive DE CARRO pelos arcos da Rue de Rivoli, assim como as cenas da vida animal que se intercalam com os piores momentos de Lucy nas mãos dos chineses.

Mas, apesar do ritmo de filme de ação, o final é filosófico, transcendental. Levar o conhecimento adiante é o motto das nossas células, da vida. E a pergunta que fica é: quando conseguirmos usar 100% da capacidade do nosso cérebro seremos todos Deus?

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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