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Interlaken e região: Lagos, aventuras nas montanhas e neve o ano todo em umas das paisagens mais lindas da Suíça e do mundo

O trem para Jungfraujoch na região de Interlaken
O que mais me impressiona na Suíça é a possibilidade de se conseguir acessar os lugares mais inóspitos com toda a segurança e conforto. A região de Interlaken possui algumas das mais belas paisagens do mundo, e essa é vista da sua viagem de trem a caminho da Junfraujoch, a estação de trem mais alta da Europa, a 3454 metros de altitude. Imagem: Jeroen Seyffer / Jungfraubahnen

No cruzamento entre a Alemanha, a França, a Itália, Liechtenstein e a Áustria — de quem herdou os quatro idiomas oficiais: o alemão (mas o Hochdeutsch é só ensinado nas escolas porque o alemão suíço falado é completamente diferente), o francês e o italiano, além do Romansch —, as paisagens naturais da Suíça se destacam mesmo entre seus ilustres vizinhos.

Com uma democracia quase direta, que faz com que seus cidadãos decidam sobre praticamente cada uma das políticas internas através de inúmeros referendos, e os muitos clichês que habitam o nosso imaginário, dos canivetes aos relógios passando pelo iodelei, os queijos e os chocolates (a versão ao leite-da-vaquinha-com-um-sino-no-pescoço é uma invenção suíça), esse compacto país no coração da Europa — mas que não faz parte da União Europeia — tem nos lagos e montanhas sua grande beleza. Porque a falta de um acesso para o mar não privou o país de muita água, seja ela líquida ou sólida.

Com 70% de seu pequeno território formado por grandes elevações rochosas — são mais de 300 montanhas com mais de 2000 metros de altitude e 48 picos que ultrapassam os 4000 metros; imagina, num estado menor que o Espírito Santo —, não há muitos outros lugares no mundo onde você possa explorar as alturas com tanta segurança, limpeza e conforto. Porque viajar para os lugares mais inóspitos da Suíça é zero perrengue. Claro, a não ser que você queira escalar a mítica face norte da montanga Eiger, uma parede vertical com quase dois mil metros de altura onde já morreu muita gente.

Por conta disso, as montanhas suíças não deveriam ser frequentada apenas no inverno, já que aumentam muito as possibilidades de experiências nos meses mais quentes, quando a temperatura média é de 30 graus Celsius, sem deixar de lado a neve-o-ano-todo, em grande quantidade acima dos 3500 metros de altitude; uma mistura que deixa a viagem ainda mais especial.
 

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INTERLAKEN: HOTELARIA DE ALTO NÍVEL, ACADEMIAS E SPAS INCRÍVEIS EM MEIO DE MUITA NATUREZA

A cidade de Interlaken, com pouco mais de dez mil habitantes, fica entre dois lagos: o Brienz e o Thun; em alemão, lago é “See”, então, os nomes completos com as declinações viram Brienzersee e Thunersee. Imagem: Zoe Davidson / Flickr

Na avenida principal da cidade de Interlaken, a Höheweg, fica alguns dos hotéis históricos mais importantes da Suíça: o Victoria-Junfrau. Imagem: Divulgação

No campo em frente ao hotel fica esse campo onde aterrissam os praticantes de paragliding. Interlaken se assume como “Capital da Aventura na Suíça”. Na foto, a sacada de um dos quartos do hotel Victoria-Jungfrau, que conta com um dos spas mais incríveis a que já fui. Imagem: Divulgação

Nessa combinação de montanha com verão, nada se compara a Interlaken, no cantão alemão de Berna, a 90 quilômetros de Zurique, que reúne algumas das mais impressionantes vistas dos Alpes.

A cidadezinha plana, com pouco mais de dez mil habitantes, fica entre os lagos Brienz e Thun (daí o nome que vem de “inter lacus”), onde você pode nadar, fazer um passeio em barco a vapor com todo o conforto ou ainda fazer trilhas nas montanhas ao redor com vista para os lagos.

O destino que se tornou célebre entre viajantes desde a criação em 1805 do festival Unspunnen (uma celebração de pastores — não os evangélicos — que se reuniam para competir, beber e cantar), a inauguração de hotéis nos anos 1860 e as pinturas de Franz König na mesma época, é emoldurada pelo maciço de montanhas que reúne algumas das mais altas — e belas — da Suíça: a Jungfrau, com 4158 metros de altitude; a Mönch, com 4107 metros; a Schreckhorn, com 4078 metros; e a Eiger, a primeira montanha suíça a receber um nome lá nos anos 1250, cujo topo chega aos 3970 metros.

Essas “quatro irmãs” figuram entre as posições 16 e 27 no ranking dos picos mais altos do país, e só para efeitos de comparação, as também famosas Titlis e Pilatus ocupam as 119 e 122 posições, respectivamente. O mais alto pico da Suíça? É a Dufourspitze, com 4634 metros de altura.

Além dos passeios e nados pelos lagos de águas puras, não só no Brienz e no Thun, mas também em lagos de altitude, como o belo Bachalpsee, ao redor de Interlaken são vários os vilarejos alpinos que mais parecem cidades cenográficas, como Beatenberg, Iseltwald e Wengen; essa última, livre de carros, só acessível a pé e de trem, mas com a vista mais linda para a Jungfrau.

Você ainda tem à disposição dezenas de quilômetros de trilhas sinalizadas para os amantes de caminhadas: das amarelas, para iniciantes, até as mais desafiadoras azuis passando pelas vermelhas, essas também para iniciados portando roupas e acessórios adequados. Mas, tampouco faltam opções para quem também quer ainda mais aventura.

VICTORIA-JUNGFRAU: UM GRAND HÔTEL EM UM VILAREJO DE DEZ MIL HABITANTES

A fachada do hotel Victoria-Jungfrau, do mesmo dono dos incríveis La Réserve (de Paris, Ramatuelle, Genebra e Zurique), o Mont Cervin, de Zermatt, e o spa médico Nescens, de Genolier, que assina o spa do hotel em Interlaken. Imagem: Divulgação

Dois hotéis — o Victoria e o Jungfrau — que foram unidos em 1895, o hotel ainda mantém muito de sua arquitetura original nas áreas públicas. Imagem: Shoichi Iwashita

A belíssima piscina indoor do spa do hotel. Imagem: Divulgação

O Victoria Jungfrau é a junção de dois hotéis centenários, o Victoria, inaugurado em 1865, e o Jungfrau, de 1864, que foram unidos em 1895; o corredor central e contemporâneo do lobby ocupa a antiga rua — na época frequentada por cavalos — que separava os dois edifícios.

Com 216 suítes e quartos espaçosos (o menor deles com quase 60 metros quadrados), e dois restaurantes com arquitetura histórica preservada e ótima comida, o grande destaque deste que é o melhor hotel de toda a região é o spa Nescens, um dos mais lindos da Suíça. Com 5.500 metros quadrados, além de oferecer toda a infraestrutura para a estética (com tratamentos assinados pela Nescens e a Sensai) e os esportes (academia, piscinas, saunas, quatro quadras de tênis), o Nescens também funciona como um spa médico e disponibiliza dez belos quartos dentro do próprio spa para seus programas de sete dias.

Se não fossem as paisagens maravilhosas em volta do hotel, não me importaria em passar uma semana sem sair do Victoria-Jungfrau. {Confira em breve a crítica completa do hotel por aqui, com todas as fotos exclusivas.}

FIRST: UMA MONTANHA COM AVENTURAS PARA TODA A FAMÍLIA

Parace uma miragem, parece uma pintura, mas essa foto eu tirei da gôndola que pegamos na subida para a montanha First a partir de Grindelwald. Imagem: Shoichi Iwashita

Uma floricultura em Grindelwald. A segurança na Suíça faz com que a gente repense as fronteiras entre os espaços público e privado. Imagem: Shoichi Iwashita

São muitas as atrações de aventura na Montanha First: tirolesa sentado ou deitado, saltos livre em uma superfície inflada e a CliffWalk, na foto, um percurso nas alturas com paisagens de tirar o fôlego (e não recomendado para os acrofóbicos, as pessoas que têm medo de altura). Imagem: Shoichi Iwashita

Chega-se à montanha First (o “i” é pronunciado como em português, e não como “primeiro” em inglês) depois de um percurso de 25 minutos de gôndola a partir de Grindelwald, cidadezinha a 30 minutos de trem de Interlaken. E basta sair da gôndola para ficar na dúvida sobre o que fazer primeiro. Se a tirolesa First Flyer, onde você desliza a 85 km/h ao longo de 800 metros; se descer pelos cabos de aço deitado como um pássaro no First Glider; se jogar em queda livre para cair sobre um balão de ar; ou ainda caminhar pela Cliff Walk, uma passarela suspensa — e com chão vazado — a centenas de metros de altura com vistas tão incríveis quanto assustadoras para quem tem medo de altura.

As atrações não param por aí. Além do ótimo restaurante-com-vista e comidas típicas suíças, o Berggasthaus First, dá para fazer trilhas a pé ou de bicicleta pelo maciço (mountain bikes comuns ou elétricas) e ainda deixar a gôndola de lado na hora de descer a montanha, fazendo parte do trajeto com o triciclo Mountain Cart (só é preciso saber frear porque é uma descida só) e o restante do percurso — não sem parar várias vezes para tirar fotos das vaquinhas pastando soltas com seus sinos sinfônicos — com um híbrido de bicicleta e patinete, a Trottibike, até à base em Grindelwald, onde você pega o trem de volta à Interlaken.

JUNGFRAUJOCH: A ESTAÇÃO DE TREM MAIS ALTA DA EUROPA E SOBRE AS NUVENS

Uma estação internacional de pesquisa, a Sphinx está acessível por um elevador que sobe 108 metros em apenas 25 segundos, a partir da estação de trem mais alta da Europa. E tem essa vista para o glaciar de Aletsch. Imagem: Jungfraubahnen

Uma parada de cinco minutos na estação de Eismeer, construída em 1905 a 3160 metros de altitude, dentro da mítica montanha Eiger, para apreciar a viagem antes de prosseguir viagem rumo à Sphinx. Imagem: Shoichi Iwashita

Do observatório, com áreas interna e externa, você consegue acessar a neve, e até fazer trilhas pelas montanhas. Consegue ver as pessoas aglomeradas no canto inferior direito da foto? É essa a magnitude da experiência. Imagem: Shoichi Iwashita

Antes de pegar o último trem com destino a Jungfraujoch, baldeação na estação de Kleine Scheidegg, já acima das nuvens, a 2061 metros de altitude. Imagem: Shoichi Iwashita

No trem a caminho de Jungfraujoch, uma das cidadezinhas mais surreais da Suíça: Lauterbrunnen, com essa improvável cachoeira, a Staubbachfall, sobre a cidade. Imagem: Shoichi Iwashita

Visitar a mais alta estação de trem da Europa, a Jungfraujoch, a 3.454 metros de altitude e ver de muito perto não só os topos da Jungfrau e da Mönch mas também o glaciar de Aletsch é outra atração imperdível da região. São duas horas para ir e duas para voltar, mas você seguramente não esquecerá as belezas do trajeto — como a improvável cachoeira sobre o vilarejo de Lauterbrunnen — nem as próprias estações de trem por que passará (incluindo um túnel de 7,5 km por dentro da montanha Eiger) para chegar ao observatório Sphinx, que também é uma estação de pesquisa, acessível aos turistas desde 1912.

QUANDO IR

O deck do restaurante no topo da montanha First. Imagem: Shoichi Iwashita

A região de Interlaken pode ser explorada o ano todo. No inverno, dá para esquiar, mas é preciso atentar-se para o fato de que não há muitas pistas para iniciantes na região; a grande maioria é vermelha e preta. Já no verão (entre julho e setembro), dá para aproveitar o sol abundante, o lago, os passeios, as montanhas e ainda se sentir no inverno com a baixa temperatura e a neve abundante em Jungfraujoch.

COMO CHEGAR A INTERLAKEN E COMO SE LOCOMOVER PELA REGIÃO

A Suíça, junto com o Japão, possui o mais abrangente sistema ferroviário do mundo. Chega-se a qualquer lugar do país, a qualquer atitude, pontualmente e com todo o conforto. Imagem: Divulgação

A estação de Grindelwald. É tudo muito cenográfico. Imagem: Shoichi Iwashita

A Swiss tem voos diários entre São Paulo e Zurique, chegando sempre pela manhã. Da estação do aeroporto de Zurique para a estação de Interlaken Ost, no coração da cidade, são apenas 2h10 de trem. Por isso vale comprar o Swiss Travel Pass, um bilhete que permite utilizar todos os transportes do país — bondes, trens, ônibus, barcos — de forma ilimitada, pois é a melhor forma de transitar livremente entre todos os vilarejos e cidades durante a viagem (é só apresentar o seu QR code para o agente ferroviário quando solicitado). Todos os itinerários e horários dos trens na Suíça, você confere pelo site sbb.ch, que pode ser baixado no celular como aplicativo.

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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