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Frigobar Speakeasy: Um bar secreto que faz voltar no tempo

Não tem fachada nem nome na porta, que não é nada bonita. Você toca a campainha, fala uma senha, entra meio que sem conseguir ver quem está te recebendo, é levado por um corredor sinistro escada abaixo até um porão no subsolo de um bar onde você vai entrar por u… o resto é surpresa. A questão é: se os donos queriam imprimir no Frigobar a atmosfera de um speakeasy, de um blind pig, como eram chamados os estabelecimentos que vendiam bebidas alcoólicas durante a Prohibition Era nos Estados Unidos (de 1920 a 1933), eles conseguiram.

Já não sendo o Frigobar um bar comum, o funcionamento é restrito e complexo: só abre às sextas e sábados, você só pode reservar para até quatro pessoas, precisa pagar o ingresso antecipadamente (não pode alterar a data ou número de pessoas depois do pagamento), a senha (pessoal e intransferível) só vai chegar no seu email  no dia da sua reserva, que deverá ser às 21h (depois das 22h não entra mais ninguém). Só não se esqueça da senha: sem ela não entra. Não entra mesmo. Mas uma vez lá dentro, você tem até às 2h da manhã para fazer essa viagem no tempo e aproveitar a trilha sonora recheada de Billie Holiday, Ella Fitzgerald e outros nomes do jazz.

O preço é fixo. Por R$ 150 você tem couvert, um welcome drink, três coquetéis da carta à sua escolha, comidinhas (camarão empanado com aioli, um sanduíche de tonkatsu  que vem com uma folha de shisso, um ótimo fish n’chips ), sobremesa (um mini cheesecake  com calda de mirtilo), água à vontade e um cafezinho para fechar a noite (a taxa de serviço também está inclusa). Se quiser mais drinques e mais comida, basta pedir à parte (mas não recomendamos; pode ser difícil encontrar a saída).

Na carta de coquetéis, o passado convive com o presente: tem receitas baseadas no livro Imbibe! de David Wondrich sobre Jerry Thomas, um bartender  do século 19 (o Morning Glory Fizz é de 1882), tem os coquetéis que foram criados — e bebidos — durante a Lei Seca nas primeiras décadas do século 20 (Mary Pickford, Mint Julep, Bee’s Knees, Bacardi Cocktail) e tem também os clássicos (Bloody Mary, Margarita, Caramel Rob Roy). Tudo muito bem preparado. Os copos em que são servidos os drinques, garimpados em feirinhas de antiguidade e sem reposição (quebrou, acabou) dão um show  à parte.
Para fazer a sua reserva, o email  é [email protected]

frigobar-speakeasy-saopaulo-1200Coquetéis clássicos do Frigobar: à esquerda, o Bloody Mary feito com suco de tomate, mezcal, sal, limão, molho inglês, molho de soja, tabasco, salsão, cubos de pepino e uma lasca de prosciutto di  Parma; e, à direita, o Caramel Rob Boy: whisky  Dewar’s 12 anos, Noilly Prat, Antica Formula, xarope de caramelo e orange bitter. Imagem: Shoichi Iwashita SONY DSC frigobar-speakeasy-saopaulo-1200 frigobar-speakeasy-sylas-rocha-sao-paulo-1200O mixólogo e flaibartender  Sylas Rocha em ação. Imagem: Shoichi Iwashita frigobar-sao-paulo-4O cardápio fica escondido entre páginas de livros antigos. Imagem: Shoichi Iwashita

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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