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Classe executiva: o preço compensa?

Classe executiva é para aqueles que vão trabalhar assim que chegarem ao destino e precisam estar descansados ao sair do avião (para assinar contratos milionários, de preferência), para quem vai fazer uma viagem muito longa e ficar apenas dois dias no destino e voltar (o extremo desconforto na classe econômica em voos acima de 12 horas pode compensar o investimento), para os caçadores de promoção com flexibilidade na agenda e, obviamente, para aqueles que não têm preocupação com orçamento. Para aqueles que não são obesos e têm até 1,80 m de altura, em voos de até doze horas e de FÉRIAS — ainda mais se o voo for noturno, quando um kit soninho (calmante, protetores auriculares, um confortável apoio para pescoço, uma bela máscara para dormir e uma manta de lã ou cashmere) nos oferece o merecido sono — vale pensar com carinho: não valeria mais a pena pagar US$ 800 por mais uma diária no hotel só para descansar + US$ 300 por uma bela massagem ao chegar + US$ 500 num belo jantar gastronômico do que a diferença de US$ 3 mil a US$ 5 mil entre uma passagem coach  e business? 

OS AVIÕES NÃO SÃO IGUAIS
Sem falar no risco que se corre ao comprar uma passagem com descuido (sem pesquisar com muito afinco o avião que irá te transportar) e encontrar um avião antigo, que não passou ainda pela reforma, cuja classe executiva nada  lembra as fotos incríveis usadas nas campanhas das companhias aéreas ou mesmo por que aquela companhia aérea tem uma executiva muito ruim mesmo, mas ainda assim cobra caro por ela. Já passei por isso e é bem frustrante. E atenção: se você comprar uma passagem em classe executiva para voos entre países dentro da Europa como complemento à sua passagem do Brasil, as chances de que você voe em um assento de econômica apenas com o assento do meio bloqueado são bem grandes; o que definitivamente não compensa a diferença de preço ou as milhas gastas para o upgrade. Por isso, uma vez definida a opção, é sempre interessante gastar um tempo pesquisando nos sites especializados.

GASTRONOMIA NAS NUVENS?
Por motivos técnicos e de logística, comida no ar NUNCA será tão boa quanto em terra por melhor  que ela seja preparada, por mais que as companhias digam que um chef  estrelado assina o menu, que eles sirvam caviar e bons vinhos. É comida requentada, né? Além do visual da comida, que nunca está no seu melhor estado, a pressurização da cabine influencia terrivelmente no nosso olfato, que influencia completamente o nosso paladar. Se você quiser saber por que você só sente gosto e não o sabor dos alimentos a 35 mil pés de altitude, não deixe de clicar aqui. Por isso, tome o champagne grande cuvée  ainda em solo.

SALAS VIP
Quem chega hoje com tanta antecedência ao aeroporto a ponto de desfrutar das salas VIP como se deve? A não ser que você faça longas conexões (mesmo assim, algumas horas em um hotel próximo ou no próprio, com uma banheira e uma cama confortável para um cochilo é bem melhor), as salas VIP não valem o quanto custam (com raras exceções, estão sempre lotadas, a comida é sempre RUIM), a não ser que o seu cartão de crédito ou o seu programa de milhagens te ofereça isso como benefício. Sem falar que mesmo tendo acesso a uma sala VIP, você ainda precisa ir andando até o portão de embarque comum a todos os passageiros para embarcar (e os aeroportos estão cada vez maiores, e as coisas cada vez mais longes), tendo de acrescentar a “visita à Sala Vip” como ainda mais uma etapa no já desgastante processo de viajar. Sala VIP só seria VIP mesmo se você saísse dela e entrasse direto no avião, sem escalas.

São Paulo, agosto de 2013. 

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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